quarta-feira, 10 de dezembro de 2008




Pion, o Portal de Ensino e Divulgação da Física da Sociedade Brasileira de Física, SBF, disponibiliza para o público em geral material didático, vídeos, fotografias, ilustrações, simulações educativas, entre outros recursos relacionados à física e ao ensino dessa ciência.
Baseado nas idéias de interatividade e colaboração, o projeto prevê a participação dos usuários na geração ou indicação de conteúdos para o portal, disponibilizando para isso um formulário para envio de diversos tipos de mídia. Além disso, o Fórum do portal deve ampliar o relacionamento entre o público, os físicos e os professores de Ensino Médio, constituindo-se em um espaço para discussões, críticas, esclarecimento de dúvidas e troca de experiências.
O nome do Portal é uma homenagem ao físico brasileiro César Lattes, co-descobridor da partícula elementar conhecida por Méson pi ou Pion.
O Portal tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Crise de 29 e a Revolução de 30.

A crise de 29 e Revolução de 30

Euforia econômica: Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte americana cresceu de forma impressionante. De maior devedor do planeta, antes da guerra, os Estados Unidos tornaram-se a maior potência do mundo. A forte entrada de capitais, via exortações ou pagamento de empréstimos contraídos por nações europeías, aumentou assustadoramente o consumo interno do país.

Bolsa de Valores: Entusiasmados com o crescimento de sua economia, e com a promessa de dias ainda melhores, os americanos aplicavam boa parte de seus capitais na Bolsa de Valores, acreditando no crescimento de suas empresas. A maciça entrada de capitais na bolsa fez as ações das empresas norte-americanas aumentarem em ritmo alucinante, esse lucro, aparentemente fácil, atraía capitais de outras partes do mundo, o que valorizava ainda mais as ações.

A superprodução : Ao longo dos anos 1920, a economia européia aos poucos recuperou sua capacidade produtiva, o que permitiu aos países do continente importar cada vez menos dos EUA e competir com os produtos norte-americanos no mercado internacional.
Com a queda das exportações para a Europa e outras regiões do mundo, os EUA, deveriam ter desacelerado o ritmo de expansão. Mas, ao contrário, os empresários insistiram em investir no aumento da produção. As indústrias, saturadas de produtos, não tinham como dar vazão a eles. Nesse momento, a economia do país entrou numa crise de superprodução.
Os agricultores, para armazenar os cereais, pegavam empréstimos, e logo após, perdiam suas terras. As indústrias foram forçadas a diminuir a sua produção e demitir funcionários, agravando mais ainda a crise.

O “Crash” ou "Crack" da Bolsa de Valores de Nova York: Queda vertiginosa no valor das ações na Bolsa, como consequência do crescimento artificial ao longo da década de 1920,do declínio das exportações, da diminuição de compra de ações e do colapso da bolsa, em outubro de 1929, devido à enorme quantidade de ordens de venda de ações.

Consequências da quebra da bolsa: A quebra da mais importante bolsa de valores do mundo, levou milhares de empresas à falência, a quebra de milhares de bancos e vários fazendeiros perderem suas propriedades, por que muitas estavam hipotecadas aos bancos, milhões de trabalhadores ficaram desempregados, fortunas foram perdidas da noite para o dia. A crise iniciada com a quebra da bolsa, não ficou restrita apenas aos EUA, ela espalhou-se por quase todo o mundo, tendo proporções catastróficas.

O New Deal e o liberalismo clássico: O liberalismo clássico defende a mínima intervenção do Estado na economia. O New Deal, ao contrário, procurou empenhar o Estado no reerguimento da economia. Para resolver o problema de desemprego nos Estados Unidos, e reaquecer a economia, o presidente Roosevelt, baseado nas ideias do economista inglês John Maynard Keynes, deu início a um enorme programa de obras públicas, criando cerca de 8 milhões de empregos e assim gerando a demanda de serviços e produtos de empresas privadas. Como uma das primeiras medidas para atingir esse objetivo, o governo emitiu bilhões de dólares de papel-moeda. Naquele momento, o modelo defendido por Adam Smith, das virtudes da livre iniciativa, era profundamente abalado.

Medidas do New Deal:

O Estado assume a responsabilidade de salvar a Nação, regulamentando a sua economia, o New Deal propõe, portanto, o intervencionismo, uma vez que a super produção originária da crise também se deveu ao liberalismo excessivo do governo norte americano em sua economia;

Concessão, por parte do Estado, de empréstimos aos falidos, mediante emissões controladas;

Redução da jornada de trabalho para dar oportunidade a mais pessoas de trabalharem, reduzindo o desemprego;

Ampliação do salário do operariado para ampliar o mercado consumidor interno;

Aumento dos benefícios da Previdência Social, como a criação do seguro-desemprego;

O Estado promove a geração de empregos públicos nos setores urbanos não produtivos (arborização das cidades, coleta de lixo, restauração de prédios e ruas, etc), uma vez que atividades como a industrial ou agrícola não devem absorver mão-de-obra em razão da superprodução. Estimula-se, assim, o consumo, em aumentar a produção;

Ampliação da autonomia sindical e de sua capacidade de negociação;

O Estado incrementa o setor bélico e amplia os quadros de serviço militar, numa clara preparação com vistas à 2° Grande Guerra Mundial. O militarismo utilizado para gerar empregos é simultaneamente um atenuante dos efeitos da crise e um resguardo diante do crescimento das forças militares Nazi-Fascistas.

Se no fim dos anos 30 percebe-se o sucesso das medidas do New Deal, constata-se, por outro lado, a rudeza da crise de 29; o protecionismo e o militarismo decorrentes da mesma, estão entre as principais causas da 2° Grande Guerra Mundial.

Brasil:

Consequências da Crise de 29 para economia brasileira: A quebra da Bolsa de Nova York provocou o fim da entrada de capitais estrangeiros no Brasil e, principalmente, a queda drástica do volume de suas exportações, atingindo em cheio o setor cafeeiro, que acumulava supersafras ao final da década de 1920, numa conjuntura de queda do preço do café no mercado mundial e esgotamento da política de valorização promovida pelo governo.

Consequências da Crise de 29 para política brasileira: Além da contestação cultural pelos modernistas, dos enfrentamentos militares pelos tenentes e da contestação social pelo movimento operário, ampliou-se a insatisfação com a política de valorização do café entre os demais setores oligárquicos. O enfraquecimento das oligarquias cafeeiras e a crise econômica geral provocada pela quebra da Bolsa de Nova York tornaram insustentável a manutenção do arranjo político do regime oligárquico. As velhas rivalidades, amortecidas e contidas pela Política dos Governadores, reacenderam-se ao longo da década de 1920, tornando urgente uma nova forma de composição político-institucional, que contemplasse os outros grupos sociais e outros setores oliárquicos. As oligarquias cafeeiras não detinham mais a hegemonia no país. O regime havia se esgotado.

A estrutura de poder que sustentava a República Velha, baseada na oligarquia cafeeira, começou a ser desmontada. Surge desacordo político entre Minas Gerais e São Paulo. Washington Luiz quebra a velha “política do café com leite” e não apoia um candidato mineiro para a presidência da república, ao contrário, indica Júlio Prestes, um paulista, MG, RS, PB e o Partido Democrático (Paulistas adversários do PRP) criam a Aliança Liberal, e lançam Getúlio Vargas como candidato da oposição, com propostas que atraiam especialmente as classes médias urbanas, como: instituição do voto secreto, criação de leis trabalhistas e incentivo à produção industrial.

A Revolução de 1930: O candidato da Aliança Liberal foi derrotado, mas os líderes gaúchos, mineiros e paraibanos não aceitaram o resultado, alegando fraude. Como o clima de revolta aumentava em todo o país, as elites progressistas começaram a agir para tomar conta da situação. Tomando como pretexto o assassinato de João Pessoa, candidato a vice presidente pela Aliança Liberal, em 3 de outubro de 1930 estourou a luta armada no RS, espalhando-se por MG, PB e PE. Os militares do Rio de Janeiro reconheceram a revolta e depuseram o presidente Washington Luiz. Assumiu o poder Getúlio Vargas, chefe político da Revolução de 1930, Terminava a República Velha.

Professor: Pedro Paulo Dias - História - www.eeals.blogspot.com

sábado, 17 de maio de 2008

A Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918)

Professor: Pedro Paulo Disciplina: História

Causas do conflito:
A disputa colonial: buscando novos mercados para a venda de seus produtos, os países industrializados entravam em choque pela conquista de colônias na África e na Ásia.
A concorrência econômica: cada um dos grandes países industrializados dificultara a expansão econômica do país concorrente. Essa briga econômica foi especialmente intensa entre Inglaterra e Alemanha.
A disputa nacionalista: em diversas regiões da Europa surgiram movimentos nacionalistas que pretendiam agrupar sob um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. O nacionalismo exaltado provocava um desejo de expansão territorial.

Movimentos nacionalistas: os interesses da Alemanha, Rússia e França.
Entre os principais movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa no início do século XX, podemos destacar os seguintes:
· Pan-eslavismo: buscava a união de todos os povos eslavos da Europa oriental. Era liderado pela Rússia.
· Pangermanismo: buscava a expansão da Alemanha através dos territórios ocupados por povos germânicos da Europa central. Era liderado pela Alemanha.
· Revanchismo francês: visava desforrar a derrota francesa para a Alemanha em 1870 (Guerra Franco-prussiana) e recuperar os territórios da Alsácia-Lorena, cedidos aos alemães.

A situação conflituosa deu origem à chamada paz armada. Como o risco de guerra era bastante grande, as principais potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos.

A política das alianças:
O clima de tensão internacional levou as grandes potências a firmar tratados de alianças com certos países. O objetivo desses tratados era somar forças para enfrentar a potência rival.
A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália.
A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia.

A explosão da guerra mundial

Assassinato de Francisco Ferdinando (Sarajevo, Bósnia, 28/06/1914): foi o estopim que detonou a Primeira Guerra Mundial, quando as tensões entre os dois blocos de países haviam crescido a um nível insuportável.

Principais fases: primeira fase (1914/1915) movimentação de tropas e equilíbrio entre as forças rivais; segunda fase (1915/1917) guerra de trincheiras; terceira fase (1917-1918) entrada dos Estados Unidos, ao lado da França e da Inglaterra, e derrota da Alemanha.

Entrada da Itália – A Itália, membro da Tríplice Aliança, manteve-se neutra até que, em 1915, sob promessa de receber territórios austríacos, entro na guerra ao lado de franceses e ingleses.
Saída da Rússia – Com o triunfo da Revolução Russa de 1917, onde os bolcheviques estabeleceram-se no poder, foi assinado um acordo com a Alemanha para oficializar sua retirada do grande conflito. Este acordo chamou-se Tratado de Brest-Litovsk, que impôs duras condições para a Rússia.
Entrada dos Estados Unidos – Os norte-americanos tinham muito investimentos nesta guerra com seus amigos aliados (Inglaterra e França). Era preciso garantir o recebimento de tais investimentos. Utilizou-se como pretexto o afundamento do navio “Lusitânia”, que conduzia passageiros norte-americanos.
Participação do Brasil – Os alemães, diante da superioridade naval da Inglaterra, resolveram empreender uma guerra submarina sem restrições. Na noite de 3 de abril de 1917, o navio brasileiro “Paraná” foi atacado pelos submarinos alemães perto de Barfleur, na França. O Brasil, presidido por Wenceslau Brás, rompeu as relações com Berlim e revogou sua neutralidade na guerra. Novos navios brasileiros foram afundados. No dia 25 de outubro, quando recebeu a noticia do afundamento do navio “Macau”, o Brasil declarou guerra à Alemanha. Enviou auxilio à esquadra inglesa no policiamento do Atlântico e uma missão médica.

Conseqüências da guerra: a) O aparecimento de novas nações; b) Desmembramento do império Austro- Húngaro; c) A hegemonia do militarismo francês, em decorrência do desarmamento alemão; d) A Inglaterra dividiu sua hegemonia marítima com os Estados Unidos; e) O enriquecimento dos Estados Unidos; f) A depreciação do marco alemão, que baixou à milionésima parte do valor, e a baixa do franco e do dólar; g) O surgimento do fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha.

Os "14 Pontos do Presidente Wilson"


Em mensagem enviada ao Congresso americano em 8 de janeiro de 1918, o Presidente Wilson sumariou sua plataforma para a Paz que concebia:
1) "acordos públicos, negociados publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta; 2) liberdade dos mares; 3) eliminação das barriras econômicas entre as nações; 4) limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a segurança"; 5) ajuste imparcial das pretensões coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas; 6) evacuação da Rússia; 7) restauração da independência da Bélgica; 8) restituição da Alsácia e da Lorena à França; 9) reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de nacionalidade claramente reconhecíveis"; 10) desenvolvimento autônomo dos povos da Áutria-Hungria; 11) restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar para Sérvia; 12) desenvolvimento autônomo dos povos da Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo "abertos permanentemente"; 13) uma Polônia independente, "habitada por populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e 14) uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos atuando como árbitro nas contendas entre os países.

Os "14 pontos" não previam nenhuma séria sanção para com os derrotados, abraçando a idéia de uma Paz "sem vencedores nem vencidos". No terreno prático, poucas propostas de Wilson foram aplicadas, pois o desejo de uma "vendetta" por parte da Inglaterra e principalmente da França prevaleceram sobre as intenções americanas.

O Tratado de Versalhes: conjunto de decisões tomadas no palácio de Versalhes no período de 1919 a 1920. As nações vencedoras da guerra, lideradas por Estados Unidos, França e Inglaterra, impuseram duras condições à Alemanha derrotada. O desejo dos alemães de superar as condições humilhantes desse tratado desempenhou papel importante entre as causas da Segunda Guerra Mundial:
- Restituir a região da Alsácia-Lorena à França.
- Ceder outras regiões à Bélgica, à Dinamarca e à Polônia ( corredor polonês).
- Ceder todas as colônias.
- Entregar quase todos seu navios mercantes à França, à Inglaterra e à Bélgica.
- Pagar uma enorme indenização em dinheiro aos paises vencedores.
- Reduzir o poderio militar de seus exércitos limitados a 100 mil voluntários, sendo proibida de possuir aviação militar, submarinos, artilharia pesada e tanques, e o recrutamento militar foi proibido.
- Considerada a grande culpada pela guerra.

A formação da Liga das Nações: em 28 de abril de 1919, a Conferência de Pás de Versalhes aprovou a criação da Liga das Nações, com a missão de agir como mediadora nos casos de conflito internacional, preservando a paz mundial. Entretanto, sem a participação de países importantes como os Estados Unidos, União Soviética e Alemanha, a liga revelou-se um organismo impotente.
A ascensão econômica dos Estados Unidos no pós-guerra: os Estados unidos alcançaram significativo desenvolvimento econômico através da exportação de produtos industrializados. A Europa tornou-se dependente dos produtos americanos.